quarta-feira, 1 de março de 2017

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Epílogo - A sós

Por Chay
O calor que subia pelo meu corpo me consumiria, com certeza. As mãos pequenas, mas atrevidas de Mel alisavam e beliscavam meu tórax, sendo em seguida substituídas pela boca sedenta. Passava a língua vagarosamente depois dava leves mordidas. Minhas mãos agarravam o que podia do seu corpo, apertando firmemente sua cintura ou deslizando até a bunda redonda, apertando-a com força exagerada. Mel apenas gemia e roçava seu corpo no meu, a fina camisola dificultava um pouco o meu acesso, mas a ausência da calcinha foi sentida quando ela roçou seus quadris em minha coxa, espalhando sua umidade. Ela queria me torturar, só pode. Mas como prometi que a deixaria se divertir um pouco, nada mais me restava a não ser continuar sendo seu brinquedinho.
Mas não resisti quando ela segurou meu pau que pulsava sob o calção. Segurando seus cabelos eu puxei seu rosto até tomar sua boca com fúria. Seu gosto penetrou minha língua e eu gemi tentando me controlar para não me colocar sobre ela e penetrar seu corpo com toda força. Brinquei com sua língua, mordi seus lábios... e gemi novamente quando ela rebolou seus quadris.
– Melanie...
Ela apenas sorriu e ficou sentada sobre mim, tirando a camisola, expondo seus seios fartos. Subi minhas mãos de suas coxas até alcançá-los e apertei seus mamilos. Se contorcendo ela deslizou um pouco o corpo e puxou rapidamente meu calção. Um rosnado de alívio me escapou quando ela segurou meu pau, circulando o polegar na cabeça inchada e molhada e depois massageando, lentamente... pra cima e pra baixo, fazendo-me revirar os olhos.
– Meu Dom. Sempre será, ainda que esteja tão entregue a mim.
– Não provoque, Mel.
–Vou chupar você Chay. Deixa-lo louco a ponto de não se conter e gozar em minha boca.
Eu fechei meus olhos e gemi alto... mas não foi bem um gemido. Foi um... choro? Sim... era um choro que foi ficando cada vez mais alto.
– Chay? Sua vez, amor.
Abri meus olhos e vi a cabeleira de Mel espalhada pelo travesseiro. Eu estava de bruços, jogado de qualquer jeito na cama. Um sonho... pra variar.
Levantei-me arrastando e fui até o quarto de Isabella, tirando-a do berço.
– Que bonito hein? Me acordou no melhor do sonho!
Sorri ao vê-la com os olhos bem abertos, chupando a mãozinha com gula.
–Se continuar comendo tanto de madrugada vai virar uma bola.
Voltei com ela para o quarto e Mel já estava sentada esperando por nós. Isabella já estava com quatro meses e desde então não sabíamos o que era uma longa e reconfortante noite de sono ou de sexo. Caramba, nunca vi criança tão chorona. Mel e eu revezávamos, mas quando o assunto era fome não tinha outro jeito. Tinha que ser Mel.
Sentei-me ao lado delas na cama, bocejando.
– Volte a dormir, Chay. Não pode fazer mais nada. Agora ela mama e vai dormir.
– Hum hum... por meia hora.
– Que seja. Vá descansar.
– Tenho que ser solidário.
– Bobo.
Ela riu e afagou meus cabelos. Realmente eu não poderia fazer mais nada exceto levar Isabella para o quarto. Mas eu achava tão injusto deixar Mel acordada enquanto eu dormia. Eu saía para trabalhar, mas sabia que Mel ficava um lixo o resto do dia, sem dormir, parecendo um zumbi pela casa. Contratamos uma empregada, apenas para que Mel pudesse descansar nos horários em que Isa dormia.
Mas ela era teimosa. Confesso que estava começando a ficar preocupado. Desse jeito ela adoeceria.
– Estava sonhando com algo bom?
Mel perguntou em tom divertido e eu olhei em seu rosto, para depois seguir a direção dos seus olhos. O calção de dormir era insuficiente para segurar minha ereção.
Segurei e apertei meu pau, como se isso fosse ajudar a baixar aquela ereção dolorida.
– Sonhei com nós dois, é claro. Quando você ia colocar essa boquinha... ela chorou.
Mel riu e eu fiz bico, deitando-me na cama. Desde que Isabella nasceu eu vivia assim, na base da punheta. É isso mesmo. Mel e eu não transávamos há quatro meses.
Eu entraria em combustão espontânea a qualquer momento, sem sombra de dúvida.
– Está difícil pra você não é?
– E espero que esteja pra você também ou então ficarei realmente preocupado.
– E está. Acha que é fácil dormir ao lado desse corpo quente e cheiroso?
Claro que daria para fazermos uma rapidinha. Mas uma rapidinha depois de quatro meses de abstinência era pedir pra morrer. Queria tudo com Mel.
 Quinze minutos não seriam suficientes. Eu necessitava de horas, precisamente.
– Sabe... acho que está na hora de você começar a dar mamadeira pra ela.
– Ai Chay, que maldade.
– Você dá o peito durante o dia. Era assim que minha mãe fazia. Ela dizia que um mingau a noite me deixava com o estômago cheio e eu dormia a noite toda.
– Verdade?
– Verdade.
– Vou pensar nisso. Conversarei com a Hérica.
Bocejei novamente e me enrosquei no edredom.
– Faça isso ou terá um Dom broxa em breve.
– Nem brinque com isso. Agora durma que daqui a pouco irá para o trabalho.
– Nessas horas eu queria ser um milionário.
– Pare com isso e vá dormir.
Eu já nem tinha forças para falar nada mesmo. O sono já me abraçava e em poucos segundos eu dormia. E dessa vez, felizmente, sem sonhos.
***********
Cansaço... irritação... sono. Tudo isso era reflexo de apenas uma coisa: a falta de Mel. Eu poderia ficar um dia inteiro sem dormir, mas se tivesse feito amor com Mel eu conseguiria levar na boa. Pior de tudo era tentar esconder minha ereção o dia todo.
Às vezes eu nem estava pensando em sexo e o bicho estava lá... duro, doendo. Tentava compensar trabalhando pesado. Chegava em casa com a mente esgotada.
Mas eu nunca me dava ao luxo de simplesmente tomar um banho e ir pra cama. Minha esposa e minha filha precisavam de mim. Confesso que apesar dos pesares, estava adorando essa nova fase em meu casamento. Todo o cansaço, estresse, falta de sexo se tornavam fatos pequenos quando eu chegava em casa e encontrava as duas mulheres da minha vida ou no tapete da sala, ou em nossa cama.
Aos quatro meses Isabella já estava bem esperta, sempre fazendo força para levantar o tronco do bebê conforto, sem sucesso. Ela sempre girava a cabeça quando ouvia minha voz ou a de Mel. Mas o melhor de tudo era o sorriso sem dentes. Nunca vi coisa mais linda na vida.
– Atrapalho?
Olhei para a porta no momento em que meu pai entrava e voltava a fechá-la.
– Não. Claro que não. Estava pensando na minha filha.
– Está cada dia mais linda e parecida com você.
– Realmente ela está linda.
– Mas você anda meio irritado. Algum problema?
– Exceto falta de sexo? Nenhum.
Meu pai riu mas em seguida ficou sério.
– O fato de ter criança em casa não significa que devem passar por abstinência, Chay. Ainda mais vocês dois que sempre foram fogosos.
– Mas nosso relacionamento não mudou, pai. Quer dizer... continuamos companheiros em tudo. A gente conversa muito, se diverte, só mesmo sexo está ficando difícil.
– E isso está refletindo e muito em seu humor. Claro que acho lindo como vocês dois estão levando a vida. É visível que a chegada da Isa só fortaleceu o relacionamento de vocês. Sexo não é tudo, sabemos disso. Mas faz parte, Chay. É uma forma de estarem mais juntos,cúmplices, além de aliviar a tensão. Todo mundo sabe o quanto é difícil ter um bebê em casa. Vocês precisam desse tempo a sós.
 Sabe muito bem que sua mãe e eu, além de seus irmãos e cunhadas, estamos a disposição. Podemos ficar com a Isabella enquanto se distraem.
– Ah pai, mas ela está tão novinha. Duvido que a Mel aceitará isso.
– Converse com ela. Bom, eu tenho que ir. Ainda preciso passar na lavanderia pra sua mãe.
– Tudo bem. Mande um abraço pra ela.
– Mando sim. Dê lembranças a Mel e um aperto na gorducha.
Eu ri. Isa realmente estava uma bolinha. Fiquei pensando no que meu pai disse.
Ja havia pensado nisso mas vendo a dedicação com que Mel cuidava da nossa filha acabei desistindo. Ela não aceitaria ficar algumas horas separada dela. Mas pensaria no assunto.
Fechei o escritório e no caminho até o carro ela me ligou.
– Oi amor. Precisando de alguma coisa?
– Só de você. Estamos com saudades.
Sorri. Adorava quando Mel me fazia surpresas, por mais simples que fossem.
– Eu também. Por isso mesmo já estou indo pra casa.
– Acabamos de chegar. Estávamos na sua mãe.
– Mesmo? Foram passear?
– Sim. Eu precisar respirar ar puro.
– Está mais do que certa. Ja estou chegando ai, bebê.
– Estou esperando.
Entrei no carro, pensando em ir diretamente para casa. Entretanto no caminho eu vi uma floricultura. Fazia tempo que não fazia um agrado pra Mel. E ela gostava tanto de flores. Não pensei duas vezes e parei o carro. Não me demorei muito. Eu já sabia o que comprar pra ela. E aproveitei para comprar um bichinho de pelúcia para Isa.
Ao chegar em casa, vi a mesma cena de tantas vezes. Isa no bebê conforto dormindo tranquilamente e Mel ao lado juntando fraldas e mordedores.
– Oi.
Ela ergueu a cabeça, já sorrindo e se levantou, vindo apressadamente até mim. Ficou na ponta dos pés e enlaçou meu pescoço. Eu a abracei com uma das mãos,
a outra escondida atrás do meu corpo. Nossos lábios se encontraram cheios de paixão e saudade. Deslizei minha língua dentro da sua boca, uma onda de arrepio percorrendo meu corpo com aquele conhecido calor.
– Recepção calorosa e deliciosa merece um presente.
– Presente?
Tirei meu braço de trás das costas e estendi o enorme buque de rosas vermelhas, rosas, amarelas e champanhe.
– Meu Deus... pra mim? São lindas.
– Pra você. E o da Isabella está no carro.
– Obrigada Chay. São maravilhosas. Tão vistosas e coloridas.
– Sabe o motivo dessas cores? Eu cresci ouvindo minha mãe falar isso.
– Não. O que é?
– Resolvi misturá-las pois é a mistura do que sinto por você. Vermelhas você sabe: amor intenso e paixão. As amarelas significam amizade e felicidade. As rosas significam carinho, gratidão. E as champanhe, respeito e admiração. Exatamente tudo o que sinto por você.
Mel colocou o buque sobre a mesa e me abraçou com força pela cintura, prensando seu rosto contra meu peito.
– Eu te amo tanto Chay...
– Eu também, bebê. Você e a Isa são os grandes amores da minha vida.
– Eu significo tudo isso mesmo pra você?
Perguntou olhando para as rosas.
– Claro que sim. Amor e paixão não tem como disfarçar, você está farta de saber disso. Mas além do meu grande amor, ainda existe a amizade. Porque somos amigos, você sabe disso também. Dividimos alegrias, tristezas, medos. Não é isso que fazem os amigos? Hum... e preciso lembrá-la que a respeito muito?
– Não.
– E que admiro também? Admiro a mulher linda, forte que você sempre foi. E agora então? Cuidando de nossa filha de uma forma incrível, exemplar. Só posso ficar grato por isso. E por me amar também, claro.
– E eu deixando você de lado não é?
– Claro que não. De onde tirou esse absurdo?
– Você sabe do que estou falando.
Parei para pensar antes de falar. Abordaria o assunto, ouvindo os conselhos do meu pai. Mas esse momento com ela estava tão bom que tinha medo de estragar tudo.
– Chay...
– Mel...
Falamos juntos e sorrimos. Beije-a rapidamente e olhei em seus olhos.
– As damas primeiro.
– Eu fiquei muito tempo conversando com a Hérica.
– E?
– Sabe que a Isabella aceitou o mingau?
– Jura?
– Sim. A princípio ela fez cara feia ao sentir o gosto do bico da mamadeira. Mas Hérica me incentivou a continuar. E ela acabou aceitando.
– Viu como eu tinha razão?
– Você sempre tem.
– Quase sempre. Mas o que isso quer dizer?
Ela mordeu os lábios, daquela forma que me deixava maluco e se apertou mais ao meu corpo.
– Significa que Isa ficará com sua mãe amanhã, o dia todo, enquanto eu cuido do meu maridinho.
Meu corpo, cada célula dele vibrou ao ouvir isso. Ela nem precisava dizer com todas as letras. Teria minha esposa novamente... inteiramente pra mim.
******
Pelo jeito eu voltei à minha adolescência. Aliás nem sei se posso dizer minha adolescência. Eu não me recordo de ter ficado tão nervoso quando tive minha primeira vez com uma mulher. Talvez porque não existiu amor, não existiu um desejo insuportável a ponto de me fazer temer falhar.
Não havia um desejo de agradar a parceira. Claro que existia o desejo, um pouco de medo de enfrentar o desconhecido, mas nada perto do que eu sentia agora.
Pra dizer o mínimo, o que eu sentia agora era um completo absurdo. Minhas mãos tremiam tanto que mal conseguiam segurar o volante. Acabava de voltar da casa dos meus pais onde deixei Isa. Mel ficou em casa, esperando por mim.
Parei o carro na garagem e de repente um pensamento me veio a mente: e se eu falhasse? E se eu gozasse antes mesmo de penetrar seu corpo?
 Do jeito que eu estava era bem provável.
– Ah pare com isso, seu merda. Sua mulher está la dentro, esperando pelo seu Dom.
Rolei meus olhos e desci do carro, entrando rapidamente em casa. Subi direto para o quarto. Mel estava tão ansiosa quanto eu e obviamente estaria me esperando la.
E estava. Mas...wow... de onde surgiu essa porra de lingerie que nunca vi? Minúscula, azul, totalmente rendada, parecendo costurada no corpo curvilíneo deitado em minha cama. Ela apenas me encarou com um olhar luxuriante e deslizou uma das mãos pela barriga. Inútil dizer que meu corpo já estava aceso.
Fui me aproximando da cama, tirando a camisa e o restante das roupas. O olhar de Mel sobre mim, me incentivava a agir rápido, e em segundos eu estava nu a sua frente. Subi na cama e ajoelhei- me com as pernas ao lado do seu corpo. Entretanto, Mel me pegou de surpresa ao erguer as pernas e enlaçar minha cintura, puxando-me. Meu corpo caiu sobre o dela e sem perda de tempo ela devorou minha boca. Um gemido alto e eu agi, arrancando seu sutiã selvagemente, ambos gemendo mais alto quando apertei seus seios. Senti meus dedos melados pelo leite que escorreu, mas eu pouco me importei.
Tudo o que planejei foi por água abaixo quando Mel segurou meu pau, roçando-o sobre sua calcinha.
– Mel, eu não queria que fosse assim.
– Nem eu. Mas temos o dia todo juntos. Você vai poder chupar e morder cada pedaço do meu corpo, assim como eu farei com o seu. Mas se eu não me aliviar agora...
Nem esperei que terminasse. Puxei sua calcinha, ouvindo o tecido delicado se desfazendo em minha mão. Passei a mão na fenda encharcada e me inclinei, mordendo os lábios de Mel.
–Venha.
Fixamos nosso olhar. Paixão, amor, luxúria. Queríamos estar conectados, mas o prazer supremo nos venceu quando nossos corpos se uniram. Fechei meus olhos e repousei minha cabeça em seu pescoço, sentindo meu pau latejando dentro dela.
Mel se remexeu e eu me movi também, penetrando-a forte e fundo, rápido, insano. Mel gemia obscenidades em meu ouvido, serpenteava sob meu corpo, arranhando-me e mordendo, me levando a loucura. Tanto tempo guardando nosso tesão só poderia resultar num orgasmo fulminante, precoce.
Não queríamos que fosse tão rápido, mas nossos corpos pareceram entrar em combustão quando se tocaram.
Prazer... prazer... era tudo que rondava minha mente, sentindo a boceta de Mel me prendendo, seu corpo estremecendo e meu sêmen desaguando dentro dela.
Abrimos nossos olhos quase ao mesmo tempo e sorrimos, ainda arfando.
– Meu Dom...
– Seu Dom ainda não se manifestou, escrava.
Ela estremeceu e nós rimos novamente, colando nossos lábios, mais calmos e com muita paixão. Meu corpo ainda tremia levemente e o dela também.
Nossos mãos se acariciavam mutuamente, matando nossa saudade.
Mais uma vez aqueles pensamentos idiotas vieram a minha mente. Lembranças de um tempo agora bem distante em que ousei imaginar que conseguiria usar essa mulher e descartá-la como se fosse uma qualquer.
Como nós homens somos bobos ao imaginar que conseguimos nos vingar usando uma mulher. No final das contas elas é que se vingam, usam e abusam de nós, nos enlouquecem, nos deixam aos seus pés. E depois, com uma carinha de anjo, nos lançam algemas, deixando- nos presos a um sentimento intenso, forte, verdadeiro, e no meu caso... eterno.

Leitura concluída
Escrava Sexual - Segunda Temporada - Mais pervertidos do que nunca
FIM.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Capítulo 15 - Boas vindas


Por Mel
Girei para um lado... dor e gemido. Com dificuldade girei para o outro... novamente dor e gemido. Ficar de barriga pra cima seria impossível. Eu mal conseguia respirar nessa posição. Nunca imaginei que as últimas semanas de gravidez fossem tão exaustivas. Eu já não conseguia fazer quase nada e aindaassim estava absurdamente cansada. Nem sexo eu conseguia fazer! Que absurdo! Aliás estou exagerando. É claro que eu conseguia fazer, entretanto eu não tinha a mesma disposição de antes. Pra Chay parece que foi um alívio. Não que ele estivesse ficando fresco ou virando a mão, meu marido é muito macho. Mas eu andei meio insaciável e ele morria de medo de machucar nosso bebê. Bobo.
Mas por um lado eu o entendia. Ja perdemos um filho e não foi fácil nos recuperarmos da perda. Agora estávamos tendo nova chance de aumentar nossa família e nada poderia dar errado. Felizmente já estávamos livres daquele monstro que chamaram de meu avô... ou meu pai. Eu nem sei o que ele foi de verdade.
A família inteira respirava aliviada agora. Sophia e Micael voltaram de sua longa lua de mel há poucos dias. Lesley e Roger cada vez mais corujas com a gravidez que entrava na vigésima terceira semana de gestação. Eu estava com trinta e sete semanas e não via a hora de ver meu bebê. Apesar de ter passado muito rápido, pra mim ainda era muito tempo, talvez porque estive ansiosa demais para ver a carinha do meu bebê.
Virei de lado mais uma vez e apoiando minha mão no colchão eu me sentei na cama, a outra mão pra trás, pouco acima dos quadris.
– Está sentindo alguma coisa, bebê?
Olhei para trás sobre os ombros e vi Chay já acordado me olhando com preocupação.
– Não. So incômodo. Minhas costas estão doendo demais.
– Quer que eu faça uma massagem?
– Adoro suas mãos, mas ultimamente não tem resolvido muito.
–Venha cá. Deite-se assim mesmo.
Obedeci e me deitei de costas pra ele. Suas mãos deslizaram pelas minhas costas e fechei meus olhos, deliciada com seu toque. Ele escorregava as mãos e apertava levemente cada parte das minhas costas. Depois fazia círculos com o polegar em minha pele proporcionando uma sensação tão relaxante que em pouco tempo eu cochilava.
– Ei preguiçosa... não era pra dormir. Ainda temos que fazer nossa caminhada e depois piscina.
– Ai amor, estou tão desanimada hoje.
– Lembre-se do que o médico disse: assim você se recuperará do parto bem mais depressa... e eu agradeço por isso.
Eu ri entendendo muito bem qual era o motivo de toda aquela "preocupação". Mas sei também que não era só por isso. Chay era o homem mais carinhoso e atencioso que já conheci. Eu jamais poderia dizer que sua atenção comigo era apenas com segundas intenções.
– Eu sei, mas realmente hoje estou desanimada.
–Tudo bem. Faremos apenas uma coisa. O que prefere?
– Nadar é claro.
– Imaginei isso. Vamos levantar então. Eu te ajudo.
Ele se levantou rapidamente e com toda paciência do mundo me ajudou a levantar e sentar. Depois pegou meu biquíni e me ajudou a vestir também. As vezes ele ate exagerava. Tratava-me como se eu fosse uma inválida. Coloquei a parte de cima do biquíni e prendi meus cabelos. Coloquei um roupão por cima e calcei os chinelos de borracha.
Enquanto isso, Chay vestia sua sunga e eu, claro não deixei de olhar. Perfeição tinha nome e eu nem precisava dizer qual é. Caminhamos até a piscina e como não poderia deixar de ser, Chay me ajudou a descer, sempre me segurando com firmeza com medo que eu escorregasse ou me desequilibrasse.
– Hum... a água está uma delicia.
Ainda era cedo, pouco mais de seis da manhã mas o dia já estava quente além do normal. Chay me abraçou por trás e colocou o queixo em meu ombro.
– Acho que seu desânimo passou pra mim. Não estou com a mínima vontade de trabalhar hoje.
– Anime-se... hoje é sexta -feira.
– Como se isso bastasse. Estou trabalhando o triplo do normal. Parece que meu pai quer me castigar pelo tempo que andei fora.
– Imagine se ele faria isso. Sabe que Robert venera você.
– Sem exageros não é, bebê?
Ficamos quietinhos, abraçados dentro da piscina até que Chay começou a beijar meu ombro e depois subir pelo pescoço. Não consegui segurar um gemido e ergui uma das mãos levando-a ate seus cabelos.
– Não me provoque Chay.
– Eu? Você que está me deixando na seca há dias Mel.
Girei um pouco a cabeça para olhar naquela cara de pau.
– Dias Chay? Quem ouve você falar vai pensar que são mais de vinte dias quando na verdade são apenas três.
Ele deu de ombros.
– É como se fosse.
– Ah... mas você se lembra há uns meses? Quando eu só faltava implorar pra você fazer amor comigo?
– Epa. Era diferente. Você queria fazer toda hora, várias vezes durante o dia. E eu tinha medo de prejudicar o bebê ok?
– Claro, é cabeçudo. Não confiava no que o médico dizia.
– Precaução nunca é demais. Mas não mude de assunto.
– Não estou mudando. O assunto é o mesmo: sexo.
– Sim, mas você está desviando minha atenção do foco principal.
Ele me segurou com cuidado pela cintura e me colocou de frente pra ele. No entanto a barriga enorme impedia de termos um contato maior entre nossos corpos.
A carinha de cachorro abandonado que ele fazia era demais pra mim. Sem contar o golpe baixo, deslizando a mão pelo meu ombro, deixando-a correr até meu colo e o polegar passar lentamente sobre meu seio. Meus pelos eriçaram-se quando ele beijou meu ombro mais uma vez.
– Bandido...
Ele riu baixinho antes de me beijar, passando a língua sobre meus lábios e depois forçando-os a se abrirem, como se fosse preciso. Eu já o recebia, minha língua sedenta a procura da dele e a mão agarrando mais fortemente seus cabelos. Mas vou dizer uma coisa... era horrível beijá-lo com essa distância de uma barriga enorme a nos separar. Eu gostava de colar meu corpo ao dele, apertar seus músculos e sentir seus braços fortes me esmagando e tirando meu fôlego.
–Isso não é o bastante pra mim bebê.
– Eu sei. Vamos subir.
Novamente com muito cuidado ele me ajudou a sair da piscina, envolvendo meu corpo no roupão e entramos indo direto para o quarto. Ainda de pé perto da cama ele
segurou meu rosto e me beijou novamente. Tentei agarrá-lo da melhor forma que podia, querendo pegar todas as suas partes, apertar todos os seus músculos.
Ele gemia em minha boca, tirando o sutiã do biquíni e em seguida desamarrando o laço da calcinha.
– Deite-se na cama amor.
Ele falou se afastando e já baixando a sunga. Como sempre acontecia eu prendi a respiração por um momento e depois suspirei. É homem demais pra pouca mulher... mas é só MEU.
– Não quero ficar de costas pra você hoje Chay.
– Mel...
– É só você ir com cuidado.
Deitados de lado, comigo de costas pra ele era nossa posição mais praticada agora. Era a que menos me incomodava, em compensação eu não conseguia ver seu rosto
enlouquecido de prazer e desejo quando estava dentro de mim. Eu me sentei na beirada da cama, secando-o com meus olhos e ele bem já sabia o que eu queria. Aproximou-se de mim e ao vê-lo tão perto eu segurei-o com firmeza, uma das minhas mãos em sua bunda máscula e a outra segurando seu pau, sentindo-o pulsando quente em minha mão.
Eu me sentia toda molhada, provavelmente molhando o lençol da cama, mas tudo o que eu pensava nesse momento era provar seu saber inigualável. Inclinei-me um pouco, tomando cuidado para não forçar minha barriga e então o tomei em minha boca.
– Ah...bebê.
Chay gemeu agoniado e ergui meus olhos, vendo meu homem, meu Deus grego tombar sua cabeça para trás em êxtase total.
Por Chay
Por que eu tinha que ser tão ordinariamente guloso? Puta que pariu, como eu queria esmagar a minha neném em meus braços enquanto me satisfazia em seu corpo pequeno. Mas eu tinha que controlar meu instinto animalesco. Como, eu não sabia, já que aquela boca profana devorava meu pau com volúpia, quase me matando de tanto tesão. Por fim, eu segurei-a pelos cabelos afastando-a, meu olhar queimando sua pele com toda força do meu desejo. Deitei-a com toda delicadeza que consegui e me deitei de barriga na cama, separando suas pernas e beijando sua boceta.
Mel remexeu os quadris pedindo para que eu fosse mais além. E eu como um bom menino obedeci, passando minha língua e abrindo suas dobras, sugando-a, lambendo e me enfiando dentro dela, ora fazendo movimentos circulares, ora entrando e saindo. Além do seu sabor, seu cheiro estava ainda mais pronunciado elevando minha libido a mil. Segurei seus quadris fazendo-a rebolar em minha boca. Ela gemia e involuntariamente eu gemia também mas sem tirar minha boca do paraíso.
–Vem Chay... por favor.
– Amo você bebê... amo..
– Eu também, meu amor.
Eu a possui até gritarmos juntos, nossos corpos estremecendo, momentaneamente saciados. Continuei com o rosto entre seus seios, minhas mãos passeando agora pelas suas costas.
– Preciso deitar Chay.
Ajudei-a a sair de cima de mim e me afastei um pouco deixando espaço para que ela se deitasse ao meu lado. Estava com o rosto corado, sorrindo.
– É tão bom...
– É perfeito...sempre foi e sempre será.
– Hum...estou revigorada. Vou até tomar um banho.
– Ah eu não vou agora. Só trabalharei as nove então ainda tenho um tempinho.
– Preguiçoso.
Ela me deu um beijo e se levantou lentamente, caminhando até o banheiro. E eu, claro, fiquei admirando seu corpo. Fechei meus olhos e me estiquei todo na cama, curtindo uma preguiça, embora meu corpo já estivesse revigorado, como Mel mesma disse.
Mesmo assim eu ficaria na cama. Pelo menos foi o que pensei...até ouvir o grito.
– Chay! Corra aqui.
Dei um salto da cama e disparei até o banheiro. Ouvi os soluços de Mel antes de abrir o box com violência.
– O que foi?

Ela levou as mãos até a virilha, mas eu já tinha visto o sangue manchando sua coxa. Engoli seco já me amaldiçoando.
– Céus...eu machuquei você? Machuquei nosso bebê?
– Não. Acho que não mas...
– Consegue ficar de pé? Está se sentindo bem?
– Sim.
– Então vou ligar para o médico. Calma, eu já venho.
Corri para o quarto, o coração batendo a mil e liguei para o médico, explicando toda a situação. E fiz o que ele mandou. Levei Mel para o hospital.
Assim que chegamos ele já nos esperava e nos levou até o consultório onde examinou Mel. Claro que tive que contar que fizemos sexo.
– E então? Aconteceu alguma coisa com o bebê?
– Não. Isso é normal nas últimas semanas de gravidez, não se preocupe.
– Mas...sangrou muito.
– Não tanto, já que nem há vestígios mais. Entretanto, o toque me mostrou que ela já está com quatro centímetros de dilatação. Bem, o bebê de vocês está ótimo, Mel também. Não vejo por que adiar isso.
– O que quer dizer?
– Chay pode voltar pra casa e buscar as malas. Internarei Mel e talvez hoje mesmo seu bebê venha ao mundo.
Arregalei meus olhos, buscando os de Mel. Ela também parecia assustada, mas eu tinha que lhe transmitir força.
– Mas...
– Ela não corre riscos nem o bebê, Chay. Como falei, ela já está bem dilatada. Iremos colocá-la no soro e a dilatação só aumentará.
– Bom, sendo assim... vá Chay. Vá buscar minhas coisas.
– Tudo bem. Ligarei pra Soph e pedirei que venha.
– Não se preocupe, rapaz. Ela estará em boas mãos.
Dei um beijo rápido nela e me afastei. Liguei pra Soph e praticamente voei ate nossa casa. Somente quando peguei as malas eu me dei conta da real situação. Meu bebê, meu filho com a mulher que eu amava estava chegando ao mundo. De repente bateu o medo: e se ele não gostasse de mim? E se eu não desse conta de ajudar Mel? E se eu não fosse um bom pai? Sei que é tudo neurose de um pai de primeira viagem, mas não tinha como ser diferente.
****************
Cinco horas... cinco horas naquele hospital vendo minha mulher se contorcer de dor e nada de nosso filho nascer. Onde estava o maldito médico que garantiu que estava tudo bem? Sai um pouco do quarto para tentar respirar e para que Mel não percebesse o quanto eu estava nervoso. Sophia estava com ela. Minha mãe preferiu não vir. Disse que nessas horas quanto mais gente... pior.
Mas seria tão bom se ela estivesse aqui, me dizendo que é assim mesmo. Porque sinceramente, eu não acreditava. Principalmente quando voltei ao quarto e vi aquela cena.
Quatro mulheres ao lado de Mel. Elas faziam orações com um terço na mão.
– O que está acontecendo? O que houve? Onde está o médico?
– Calma Mel, não está acontecendo nada.
– Como não? E essas mulheres rezando ai? O que está acontecendo de errado? Fale Sophia.
– Meu Deus! Deixe de ser cabeçudo.
Ela me pegou pelo braço e me arrastou a um canto.
– Elas fazem parte de um grupo de orações. Fazem isso com todas as gestantes, rezando e pedindo um bom parto.
– Tem certeza?
– Claro que tenho. Deixe de ser desconfiado.
Mas ainda assim eu fiquei olhando aquelas mulheres meio de rabo de olho. Assim que elas saíram eu fiquei ao lado de Mel.
– E então? Como está se sentindo?
Ela se contorceu numa careta de dor e não respondeu. E novas caretas... e novas dores. Por que ninguém fazia porra nenhuma? Estava ficando pior. Sophia também pareceu notar.
– Vou atrás do médico. Eu já volto.
Segurei na mão de Mel e ela suspirou, dando um meio sorriso.
– Fica comigo?
– Sempre.
Pouco depois a porta foi aberta e eu me virei pra ver quem era. Fechei meus olhos sem acreditar no que via.
– Sophia? Que surpresa.
– Oi Amelie.
Ao ouvir esse nome imediatamente Mel se virou. Seus olhos faiscaram ao ver Amelie vestida de enfermeira.
– Não sabia que trabalhava aqui.
– É... depois que meu pai cansou de bancar meus luxos eu tive que me virar. Voltei pra escola, claro. Formei-me e consegui esse emprego. E acabei gostando.
– Ah...
– Mas então? O bebezinho já quer sair? Vamos fazer o toque pra ver... hã...
– Mel.
– Não. Não, de jeito nenhum.
Eu já imaginava.
– Mel, amor...
– Já disse que não.
Ela virou o rosto, as lágrimas escorrendo pelo seu rosto.
– Amelie pode me dar licença rapidamente?
Ela assentiu sem entender nada. Também... já deveria ter se esquecido daquela nossa cena.
– Mel, ela é enfermeira, pare com isso.
– Não.. Você queria o que com isso? Afrontar-me nesse momento difícil?
– Está maluca? Eu nem sabia que ela era enfermeira.
– Ela não vai tocar em mim. Pra que? Pra ver meu corpo e depois querer te mostrar como...como eu estou e ela...
Então era isso. A maluca estava pensando que Amelie debocharia do seu corpo. Ah que vontade de dar uns tapas na bunda gostosa.
– Amor, se ela vir seu corpo, ela que sairá triste. Qualquer mulher no mundo gostaria de ter um filho e ainda continuar com o corpo mais perfeito que já vi.
Ela se contorceu de novo e arfou.
–Está vendo? Vou chamá-la.
Ela não teve nem forças para recusar. Amelie entrou e fez os procedimentos antes de fazer o tal exame de toque.
– Oh Deus, Mel, seu bebezinho já está vindo. Vou chamar o doutor.
Depois disso foi uma correria só: médico, enfermeira, anestesista. Sophia, pediatra...e eu feito um doido junto a Mel,ambos rindo e chorando ao mesmo tempo. Foi um alívio quando ela foi anestesiada e suas dores cessaram. Segurei sua mão e sorri.
– Está vindo amor. Ele ou ela.
– E eu já amo tanto.
– Eu também. Da mesma forma que amo a mãe dele ou dela.
Fiquei olhando para o seu rosto, alheio aos pedidos do médico para que ela fizesse força, para manter a respiração como foi ensinado. Eu só via seu rosto bonito que ainda sorria pra mim, apesar de fazer força para dar a luz, seus olhos brilhantes e felizes. Meu coração saltitava e eu não sabia se conseguiria segurar tanto amor dentro de mim. Logo percebi que não conseguiria. Percebi isso no momento em que ouvi o choro e em seguida a voz do médico.
–Sua filha é linda, Melanie.
– Filha... nossa garotinha, Chay.
Eu chorava tanto quanto aquela bebezinha enrugada e suja nas mãos do médico. Eu me lembrei da nossa primeira garotinha, que se foi sem que nem víssemos o seu rosto. Mas agora eu via minha filha: linda, perfeita chorando a plenos pulmões. Ela estava tão sujinha que não consegui identificar a cor dos seus cabelos.
Ela foi colocada ao lado de Mel que beijou seu rosto.
– Bem-vinda, meu amor. Bem-vinda Isabella.
– Isabella?
– Você se opõe?
Fiquei olhando as duas, completamente fascinado.
– Nunca.
Beijei meu bebê também e depois os lábios de Mel. E pensar que um dia, estupidamente imaginei que a abandonaria grávida. Como se eu pudesse viver sem alma.

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segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Capítulo 14 - Enterrando o passado


Por Mel
Duas horas... três... quatro? Há quanto tempo estávamos aqui na delegacia? Não sei ao certo. Minha cabeça latejava tanto que o que eu mais queria era ir pra casa e me jogar na cama tentando esquecer que esse dia existiu. Imaginei muitas coisas, várias coisas na verdade. Mas jamais imaginei que seria uma morte assim.
Chay planejou tudo tão bem que eu me agarrei à idéia de que eles conseguiriam pegar meu avô com vida. Mas isso não aconteceu e eu me perguntava sinceramente se não foi melhor assim.
Encostei minha cabeça no ombro de Chay e fechei os olhos, passando a mão em meu ventre. Acho que se minha gravidez estivesse mais avançada nem sei o que seria de mim.
O susto foi grande. Assim que os homens saíram de casa, Carla e eu subimos para o meu quarto. Ficamos um bom tempo conversando sobre os planos para a noite, sobre nosso casamento, sobre o passado.
A certa altura Carla achou melhor vermos como Soph estava. E qual não foi nosso susto ao constatarmos que ela não estava em casa. A janela estava aberta e ao chegarmos mais perto vimos a corda que provavelmente ela usou para sair de casa. Ficamos desesperadas e tentamos a todo custo falar com Chay,Micael, e Robert, mas não conseguimos falar com nenhum deles. Nosso desespero foi tanto que sequer pensamos em ligar para a polícia. Bernardo deu detalhes do lugar para Carla, coisa que Chay não fez com medo que eu resolvesse ir até lá.
Pegamos o carro e partimos em direção ao local do encontro. Eu mal conseguia respirar de tanta ansiedade. Deus, se acontecesse alguma coisa com a Sophia, Micael enlouqueceria.
Nunca pensei que seu ódio em relação ao Augusto fosse tão grande. Ela sempre me pareceu a mais tranquila de nós três, até mesmo feliz. Agora entendo que aquilo tudo não passava de fachada.
– Está se sentindo bem?
Abri os olhos ao ouvir o tom preocupado na voz de Chay. Tentei sorrir mas meus músculos pareciam petrificados, então apenas afirmei. Ele, eu e Alfred já tínhamos prestado depoimento. Agora esperávamos pelo depoimento de Jim.
– Queria ver a Sophia. Estou preocupada com ela.
– Acha conveniente? Ela estava quase em choque.
– De repente será bom pra ela conversar com a gente.
– Vamos la então.
Antes de seguirmos até a sala onde Sophia estava com Micael, Chay passou a mão pelo meu ventre, um vinco profundo marcando sua testa.
–Tem certeza que está tudo bem?
–Tenho, meu amor.
Ele pareceu convencido e então fomos ver a Sophia. Estava deitada no sofá de couro, os olhos fechados, mas as mãos firmemente presas à do Ralph.
– Como ela está Micael?
Perguntei baixinho para não perturbá-la, mas Soph abriu os olhos. Estavam vermelhos, resultado das horas de choro.
– Mel...
Aproximei-me e Micael cedeu lugar para que eu segurasse a mão dela.
– Oi amiga, está melhor?
– Estou. Desculpe-me pelo susto. Você está grávida e eu...
– Esqueça Soph. Já passou. So quero que fique bem.
Ela fechou os olhos e algumas lágrimas escorreram pela sua face.
– Eu pensei que eu fosse forte, que conseguiria matar aquele velho asqueroso, mas ao vê-lo esfaqueado, eu...eu...
– Não fale nada agora Sophia. Depois prestará seu depoimento.
– Eu quero explicar a vocês.
Ela falava, mas olhava para o Micael. Pelo visto ele também não fazia a mínima idéia do que se passou antes de chegarem.
– Pensei que você estivesse dormindo. Eu e Carla ficamos horas conversando.
– Eu ouvi tudo. Eu estava muito nervosa com esse encontro.Temia pelo Mica. Ele percebeu meu nervosismo e me deu um medicamento. Eu fingi que tomei. Na verdade eu já planejava encontrar Augusto. Queria fazê-lo pagar pelas tantas vezes que tocou meu corpo com aquelas mãos nojentas.
Queria que ele sofresse tudo o que eu sofri quando ele violava meu corpo. Quando cheguei ao galpão ele e Alfred já estavam lá. Eu fingi que estava do lado deles. Inventei desculpas e fiz aquela voz de garotinha que ele gostava.
Girei minha cabeça para olhar para Mica quando ele deixou escapar um grunhido. No entanto Soph não deu atenção e continuou falando.
– Ele acreditou. Ficou feliz ao ver que sua garotinha estava de volta. Eu levei a faca com a qual planejava matá-lo. Mas eu vacilei quando Augusto me abraçou. Eu não fui rápida o bastante para me desvencilhar dele. Acabou encontrando a faca e ficou possesso. Ele me bateu e me chamou de puta.
Disse que talvez desse tempo de transar comigo.
Micael deu um soco na parede. Chay segurou em seu ombro, dando-lhe força.
– Então Alfred arrancou a faca da mão dele e o matou.
– Meu Deus, então é verdade. Alfred realmente matou o Augusto. Eu sempre pensei que ele fosse fiel a ele.
Sophia suspirou e mordeu os lábios como se buscasse coragem para acabar de falar. Obviamente ela queria poupar Mica de alguma coisa.
– Lembra-se de quando falávamos sobre rapazes, namorados, sexo?
– Cla...claro.
– Pois bem, o cara que falei que andei dando uns amassos era o Alfred.
Levei a mão à boca assustada com aquela confissão. Nunca, jamais poderia imaginar isso, nem em sonhos.
– Você teve um caso com o Alfred.
–Tive alguns encontros. Ele sempre gostou de mim, pelo menos disse que gosta. A minha fuga e de Carla... não o enganamos, Mel. Ele percebeu nossa armação,mas quis nos deixar livres.
– Como sabe?
– Ele me falou rapidamente antes de fugir.
– Mas... ele deixaria você levar a culpa?
Dessa vez Chay interferiu, aproximando-se de nós.
– Não, Mel. Ele disse no depoimento que se entregaria. Naquele momento ele estava nervoso.
– Mas eu não entendo. Se ele gostava da Soph, até ajudou não contando sobre a fuga, por que ele ainda trabalhava para o Augusto? Por que se sujeitava a isso?
–Se bem entendi, ele precisava do alto salário para ajudar no tratamento de saúde da mãe. Continuou a trabalhar com o Augusto, mas segundo ele, Augusto nunca o perdoou pela falha. E tem um agravante...
– O que mais? Meu Deus, quanta coisa mais descobriremos?
– Há pouco tempo Augusto descobriu que Alfred tem uma irmã e pegou-a para ficar no lugar das meninas.
– NÃO!
Sophia gritou horrorizada.
– Era só questão de tempo até Alfred acabar com a vida dele.
– Valha-me Deus, é coisa demais. Quase não consigo acreditar nisso. Coitado do Alfred. No fundo era uma vítima como todas nós?
Soph falou já se debulhando em lágrimas, o que fez com que Micael corresse até ela e a apertasse em seus braços.
– Está tudo bem, amor. Isso logo vai passar. No final, todos estamos livres, pelo menos de certa forma.
– Desculpe-me por assustá-lo Mica.
– Está tudo bem. So me prometa que nunca mais fará essas loucuras. Quase fiquei maluco.
– Eu prometo.
Chay se aproximou de Sophia completamente sem graça e estendeu a mão pra ela.
– Desculpe-me por ter desconfiado de você. Mas foi a única coisa que pensei ao ver você naquele estado.
– Não se preocupe. Eu estava tão mal que nem sei o que me disse.
– Ah... que bom. Agora vamos deixá-los a sós.
Beijei a cabeça dela e sai da sala junto com Chay. Paramos no corredor e Chay me abraçou com força.
– Acabou, meu amor. Estamos livres.
– Sim. Mas coitado do Alfred... é uma pena que ainda enfrentará mais essa batalha.
– Meu pai conversou com ele. Se ele precisar de alguma coisa estaremos a disposição.
– Eu acho muito lindo isso.
– Linda será a vida que levaremos daqui em diante Mel. Chega de sofrimento.
Apenas sorri, o rosto em seu peito, sentindo-me protegida em seus braços fortes. Agora era vida nova. Se bem que existia uma coisa que me remetia ao passado, e que eu ansiava em meu futuro: o retorno à ilha de Hérica... onde tudo começou.
Por Chay
Folheei a revista pela centésima vez sem realmente ler o que estava escrito. Na verdade era apenas uma desculpa para fugir do olhar bravo de Mel sobre mim.
 Estava sentada na cama, com os braços cruzados em frente ao peito. Era a única coisa que eu podia fazer para não atender aos apelos eróticos do corpo dela. Grace era completamente sem noção, às vezes.
Cinco meses se passaram desde aquela tragédia toda e pelo menos pra Mel, parece que nunca existiu. Estava num fogo pior ainda do que já era. Esquecia-se que estava com aquele barrigão de sete meses e praticamente me estuprava quase toda a noite. E ainda teve a ousadia de me chamar de frouxo. Atrevida.
Claro que eu quase morria de tesão por ela. Mas será que ela não percebia que estava fazendo isso para o seu próprio bem? Éramos fogo, vulcão. Quando começávamos não conseguíamos parar, e eu não queria machucar nosso bebê. Na verdade eu vivia atormentado com a hipótese de acontecer algo a ele.
Não suportaria perder mais um filho, somente por isso andava tão esquivo. E Mel ignorava isso.
– Está estudando para alguma coisa? Já deve ter decorado essa página.
Prensei meus lábios com força para não rir do cinismo dela. Já tínhamos transado duas vezes e ela ainda queria mais.
– Não seja cínica. Sabe muito bem porque estou fazendo isso.
– Porque não me ama mais...
– Pare com esses absurdos. Acabamos de fazer amor.
– Eu sei, mas eu ainda quero você. Tenho culpa se você é gostoso?
Ela falou e passou a mão pelo meu peito.
– Ajude ai, bebê... por favor.
– So um pouquinho Chay. Não vai me machucar.
– Não.
– Deixe-me apenas chupar você.
– Não.
– Então só me abrace.
– Não. Sabe onde chegaremos se eu fizer isso.
Ela suspirou e não falou mais nada. Se ela ao menos imaginasse como eu estou fervendo... Levantou-se e saiu do quarto vestindo apenas a minúscula calcinha.
 Já estávamos morando na casa que comprei e então ela abusava. Não poderíamos ficar eternamente na casa dos meus pais. Soph e Mica viajaram em uma longa segunda lua de mel.
Coitada, ficou abalada demais e merecia esse descanso.Carla e Bernar estavam curtindo a gravidez recém-descoberta e meus pais no mesmo amor de sempre.
Mas o lado podre da nossa história não teve tanta sorte, pelo menos um deles. Com a ajuda dos advogados da família, Alfred conseguiu provar que agiu em legítima defesa. Ficou detido por algum tempo e agora fazia trabalhos assistenciais. Mas Jim foi condenado. Descobriu-se que ele era uma espécie de laranja do Augusto. Tinha alguns negócios escusos que ainda estavam sendo investigados, além de sonegar impostos. Esperava realmente que apodrecesse na cadeia.
Pouco depois Mel voltou com um enorme pote de sorvete e se sentou na cama.
–Vai comer isso tudo?
– Não posso comer você...
Rolei meus olhos e não respondi. Voltei minha atenção para a revista, mas logo a joguei para o lado e liguei a TV. Os gemidos invadiram o quarto e Mel arregalou os olhos ao ver o filme erótico que passava. Mudei rapidamente de canal e ela pegou o controle remoto da minha mão.
– Deixe de ser chato Chay.
– Então assista sozinha. Não ficarei aqui.
Fez uma cara tão decepcionada que meu peito ficou apertado.
Estava prestes a pedir desculpas quando uma parte do sorvete caiu em seu seio. Sei que ela não fez de propósito, não estava olhando pra mim. Passou o dedo sobre o mamilo,
limpando e levando aos lábios. Foi um gesto tão sexy que senti meu pau latejar na hora. Não pensei duas vezes. Arranquei o pote de sorvete das suas mãos, atirando-o ao chão e busquei sua boca enquanto apertava seu corpo. Seus braços envolveram meu pescoço instantaneamente. Um gemido me escapou ao sentir sua pele nua contra a minha tão macia e quente.
Como sempre, acabei me rendendo. Na verdade eu era o escravo dela. Sempre fui desde o começo. Por isso muitas vezes eu não fazia questão de me esquecer do Augusto.
Afinal, minha história com Mel começou por causa dele. Claro que ele manchou grande parte da nossa história juntos. Mas coube a nós dois refazermos tudo, e de tal maneira que acabamos por admitir que gostamos desses obstáculos, dessas provações. Foi uma forma de mostrar o quanto nosso amor era forte e sincero.
O destino nos uniu de forma distorcida, mas fomos fortes... unidos o bastante para moldar nossa vida de acordo com o que sonhamos. Acho que isso só pode ser chamado de amor.

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terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Capítulo 13 - Fim da linha


Chay
Fiz um sinal para que Micael fizesse a ligação. Pelo jeito os dois irmãos tinham combinado tudo muito bem, afinal o celular de Jim não tocou nenhuma vez enquanto estava comigo.
Provavelmente só ele entrava em contato. Fiquei observando enquanto Jim falava ao celular. Era realmente um dissimulado, mentia na cara dura. Ou então era o medo da arma apontada para sua cabeça.
Eu tinha motivos para acreditar que Augusto estava bem mais perto que pensávamos. Sei lá,
para aceitar o encontro com o irmão na noite seguinte? Era estranho. Micael compartilhou
da mesma desconfiança.
Depois que saímos do quarto fui para o meu e guardei a arma no closet. Precisaria dela.
– Chay? Desça. Vamos beber alguma coisa. Estou precisando.
– Acho que eu também.
Acabávamos de chegar à sala quando as mulheres voltaram carregadas com dezenas de sacola.
 Não me passou despercebido o brilho nos olhos de Mel. Colocou as sacolas sobre o sofá e veio me abraçar.
– Oi... vocês demoraram.
– Se esperássemos algumas horas teríamos o resultado hoje mesmo. Então resolvemos
fazer umas compras enquanto aguardávamos.
– Jura? E o resultado?
Ela sorriu mordendo os lábios em seguida.
–Vamos ter um bebezinho, amor.
Meu coração disparou e meu gesto foi rápido. Puxei-a para os meus braços, apertando-a. Ao mesmo tempo em que estava feliz, eu estava com medo. Mas eu precisava ter fé. Acreditar que estava chegando o momento de sermos realmente felizes... sem fantasmas do passado.
– Não imagina como estou feliz, Mel... feliz demais.
– Já começamos o enxoval. Compramos várias roupinhas.
Carla nos interrompeu e só estão minha ficha caiu. Aquilo tudo era para o bebê? Mel percebeu minha expressão espantada e riu.
– Isso foi coisa da sua mãe e da Carla. Sophia e eu estamos livres de culpa.
– Deus, vocês são loucas.
Micael estava abraçado a Sophia. Fiquei chateado com a expressão no rosto dela. Estava agoniada, visivelmente. Isso me fez lembrar que teria que conversar com Mel.
– Não está cansada, bebê?
– Um pouco.
Carla riu e rolou os olhos empurrando-nos escada acima.
– Vão... ajude-a descansar, Chay.
– Com todo prazer.
Peguei-a no colo, sob risos da minha família e subi para nosso quarto. Beijei-a mais uma vez, analisando seu rosto feliz, e que daqui a pouco estaria angustiado assim como Sophia. Deslizei a mão pelo seu ventre sem esconder minha felicidade.Nosso bebê já estava ali e cresceria forte e saudável.
– Já estava sentindo sua falta.
– Sabe que eu também? Queria voltar logo, sem contar que estou cansada e com sono.
– Hum... o que acha de tomarmos um banho e nos jogarmos na cama?
– Eu acho uma excelente idéia.
Entrei no quarto e nem parei para fazer mais nada. Segui direto para o banheiro e somente la coloquei Mel de pé. Beijei seu pescoço enquanto abria sua blusa.

– Deveremos procurar sua médica o mais rápido possível.
– Sua mãe já se encarregou disso. Daqui a três dias consultarei com ela e provavelmente
 pedirá um ultrassom para sabermos a idade do nosso bebê.
– Está feliz, não está anjo?
– Muito mais que isso. E espero que você também.
Sorri enquanto enchia a banheira e voltava a despir Mel.
– Já estou começando a pirar de novo. E sabe como eu sou ansioso, já fico querendo saber
 se é um garotinho ou uma garotinha.
– E eu não? Ai... vi tanta coisa linda, Chay. Deu vontade de comprar tudo.
– Iremos juntos qualquer dia desses. E então poderá comprar tudo, sem contar que precisamos dar um jeito em nossa casa. Não podemos mais ficar aqui, precisamos de nossa privacidade.
– Lógico. Concordo com você.
Afastei-me um pouco para olhar seu corpo nu. Quase conseguia vislumbrar aquela barriguinha crescida, carregando nosso bebê. Dessa vez tudo daria certo. Teríamos nosso bebê nos braços como deveria ter sido da primeira vez.
– Vai ficar ainda mais linda barrigudinha.
Ela fez um muxoxo e se adiantou para tirar minha camisa.
– Será que você irá me achar bonita mesmo? Parecendo um sapo inchado?
Eu ri, rolando meus olhos e afastando suas mãos para que eu mesmo despisse minha calça.
– Você é linda sempre, meu amor. Ainda mais que carregará meu filho. E nem vem com essa. Toda mulher fica iluminada quando está grávida.
Entrei na banheira e peguei sua mão para entrar comigo. Sentei- me e coloquei-a em meu
colo, de costas pra mim.
– Precisamos conversar, bebê.
Ela suspirou.
– Sobre ele, não é?
– Eu sei que é horrível num momento como esse, mas não tem mais como adiar. Conversei com meu pai e ele também acha que devemos dar um basta nisso. Nunca teremos paz se ele continuar solto por ai.
– Eu entendo você. Por mais que me doa, não por ele, mas por você ter que fazer algo que
não quer, é assim que tem ser. Já decidiram alguma coisa?
– Sim. Fiz com que Jim ligasse pra ele. Vai ficar parecendo que eu estou indo para uma
armadilha, quando na verdade será o contrário.
– Como assim?
– Jim disse ao Augusto que me levaria até um velho galpão abandonado com a desculpa de que
teria alguém lá que me contaria todos os podres do Augusto e levar provas. Pediu ao Augusto que fosse até lá para assim me surpreender e acabar com minha vida.
–Tão simples assim? E ele acreditou?
–Acreditou. Afinal Jim passou tanta informação nossa pra ele e todas eram verdadeiras.
Ele sequer deve ter imaginado que poderíamos ter descoberto tudo.
– Mesmo assim é perigoso. Alfred estará com ele. Pelo menos avisaram a polícia?
– Meu pai e Bernardo irão até a delegacia. Eu preferi ficar com minha esposa.
– Por favor... tome cuidado.
– Fique tranquila. Serão apenas Augusto e Alfred contra nós e a polícia.
– Só ficarei sossegada quando estiver de volta pra mim.
– Nem terá tempo de sentir saudades e estarei de volta. Agora, que tal cumprir seu papel de escrava e vir me amar?
Mel inclinou a cabeça e me beijou enquanto descia seu corpo, envolvendo meu pau com sua carne quente. Fechei meus olhos e deixei meu corpo escorregar na banheira, aproveitando o momento. Por hora seríamos apenas nós dois.
*****************
Mel estava agarrada a minha cintura como uma criancinha que não queria se separar dos pais. Eu a entendia perfeitamente bem, é claro. Passamos o dia na cama, apenas curtindo um ao outro. Sabia que ela estava com medo do meu encontro com Augusto e para ser sincero eu também estava meio arredio. Mas era melhor assim. Acabar logo com isso, colocar aquele infeliz atrás das grades e viver nossa vida do jeito que teria que ser.  Do jeito que poderia ter sido há tempos, se não fosse aquele infeliz.
Carla também estava abraçada ao Bernardo, a cabeça em seu peito. Sophia não estava com o
Micael. Seu estado de nervos era tanto que minha mãe resolveu dar um calmante a ela. Pra ser sincero eu preferia que tivesse feito o mesmo com Mel, entretanto devido ao seu estado isso não seria possível. Ela estava quieta, mas eu sabia pelo tremor em seu corpo que ela estava bem mais nervosa do que queria deixar transparecer.
– Fique calma, bebê. Isso não fará bem ao meu outro bebê.
Pelo menos ela riu um pouco, mas permaneceu agarrada a mim. Minha mãe apenas segurava as mãos do meu pai. Eram mais maduros que nós e a união de anos contribuía para que ela não se deixasse abater tanto quanto as outras. Pelo menos era isso que ela demonstrava: segurança e força.
– Vamos? Está na hora de acabarmos com isso.
– Está certo, Mical.
Segurei o rosto de Mel e beijei-a longamente.
– Você e Carla fiquem um pouco no quarto da Sophia, mesmo que ela esteja dormindo. E fique calma, por favor. Eu volto logo.
– Esperarei você.
Eu ri.
– De preferência com uma camisola bem sexy.
Beijei-a mais uma vez e me afastei enquanto Bernardo também se despedia. Beijei o rosto
da minha mãe e depois Carla.
– Muito cuidado, Chay. Aquele homem é um monstro.
– Cuide da Mel pra mim?
– Com certeza.
Micael pegou Jim, que estava sentado no sofá, pelo braço e praticamente o arrastou porta afora. Em pouco tempo os dois carros se afastavam pelas ruas escuras indo em direção a delegacia. Meu pai achou melhor passarmos por lá primeiro e checarmos se realmente iríamos ter a cobertura que precisávamos. E concordo que ele estava certo. Apesar de sermos em maior número, era sempre bom estarmos preparados para aquele safado. Bernardo foi no carro com meu pai e Micael comigo e Jim. Este estava no banco de trás, muito bem amarrado. Ainda na delegacia, na presença dos policiais designados para nos acompanhar, repassamos o que deveria ser feito.
Tínhamos duas opções de estrada para chegarmos la. Chegaríamos pela estrada que daria acesso pela parte de trás do galpão. Eu e Jim daríamos a volta e entraríamos pela porta da frente. Logicamente Jim seria meu escudo. Ele não se arriscaria a fazer qualquer besteira e levar um tiro ou coisa do tipo. Era covarde demais pra isso.
Quase meia hora depois saíamos da delegacia e nos dirigimos para o galpão.
– Estou preocupado com a Sophia. Ela estava nervosa demais.
– Todas estavam, Mica. Mas Sophia estava pior e com razão. Primeiro por causa de tudo o que ela passou e depois, ela está com medo que você acabe perdendo a razão e faça alguma besteira.
– Será?
– Tenho certeza que sim.
–Imagine. Nem sujei minhas mãos com esse filho da puta ai, não será agora que farei. Eu já estava com vontade de ligar pra Mel e saber como ela estava, entretanto fomos orientados pelos policiais a deixarmos nossos aparelhos desligados. Não sabia o propósito disso, mas quem sou eu para retrucar?
Quando já estávamos quase próximos ao galpão, os policias e os demais desceram.
Iriam o restante a pé. Apenas eu e Jim iríamos de carro.
– Va com cuidado, filho. Não se deixe levar pelas provocações dele.
– Estou tranquilo.
Micael colocou a cabeça pela janela, olhando para Jim.
– Não se atreva a fazer besteira. Eu caço você nos quintos dos infernos e arranco sua cabeça.
Ele não falou nada e eu também não. Seguimos em silêncio até que estacionei atrás do galpão. Desamarrei Jim e ajeitei a arma em minha cintura.
– Caminhe. Lembre-se do que o Micael falou. Eu não o desafiaria.
Eu percebia claramente sua respiração acelerada e suas pernas provavelmente estavam bambas, já que caminhava com dificuldade. Demos a volta e caminhamos até a entrada, sempre com Jim à frente. Conferi meu relógio, constatando que estávamos dentro do horário.
Entretanto, quando estávamos chegando à enorme porta de madeira eu vi uma figura alta e forte sair rapidamente. Eu estaquei e puxei Jim pela camisa.
– Maldito. Nós combinamos que deveriam ficar lá dentro.
Nesse momento o homem olhou em nossa direção.
– Corra Alfred... é uma armadilha.
– Desgraçado.
Foi tudo muito rápido. Ouvi o som de uma arma disparando e empurrei Jim para frente, jogando-me para o lado e pegando minha arma... disparei também. Caído ao chão vi Alfred também caído, então me levantei depressa. Passei por Jim e acertei-lhe um chute e corri até Alfred que estava de bruços no chão. Ele se virou e apontou a arma novamente. Mais uma vez eu joguei meu corpo para o lado, rolando pela terra vermelha e ficando de costas no chão. Ouvi passos apressados, gritos e mais tiros. Percebi que policiais passaram correndo por mim e me levantei também, sentindo minhas costelas doendo.
– Chay, mano...
– Estou bem, Bernardo. Temos que entrar lá. Augusto deve...
– Os tiras já entraram e...
Corri até lá, ignorando Alfred que estava caído e cercado, assim como Jim que estava deitado, com os pés do Ralph em suas costas. Entrei correndo no galpão e parei, ofegante e sem acreditar no que via. Um homem estava caído ao chão e três policias em pé ao lado dele. Outro policial estava agachado, abraçando alguém com um gorro escuro na cabeça.
Caminhei... agora mais contido, as pernas trêmulas a cada passo que encurtava meu caminho.

Eu ofeguei e um grito ficou entalado na minha garganta. Scott estava imóvel...ensanguentado... uma faca cravada em seu peito. Seus olhos abertos e arregalados mostravam sua possível surpresa. O policial agachado se levantou e então pude ver a pessoa sentada ao chão com as roupas sujas de sangue.
Senti meus olhos ardendo pelas lágrimas que fatalmente viriam. Minha voz soou embargada.
–Por quê? Por que não esperou que resolvêssemos isso?
Mas agora não adiantava mais. Augusto estava morto e teríamos mais uma batalha pela frente.

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quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Capítulo 12 - Traição


Por Mel
Realmente eu sou uma idiota. Uma fraca, incapaz de resistir a esse homem. Primeiro fiz a burrada de fugir e por pouco não fodia de vez com a minha vida e a de todo o resto. Felizmente acordei a tempo e aceitei que Chay fosse me buscar. A raiva, o medo e também um pouco de safadeza fizeram seu lado Dom voltar à tona. Não que eu estivesse reclamando. Eu adorava isso. Sempre foi assim. Chay me deixava alucinada quando cismava de me punir, de me castigar. Ficava absolutamente enlouquecida.
Foram poucas as vezes que Chay me deixou tomar as rédeas da situação.
Essa foi mais uma. Mas como sempre, pouco depois eu o deixei agir novamente.Simplesmente não resistia. Apenas joguei meus braços em volta do seu pescoço. Estava pouco ligando para a dor. Eu queria me esbaldar com meu Dom gostoso.
Ele estava de volta. Sorri colando minha boca na dele.Quem duvida que o paraíso existe?
************************
Pois é... acordei ardida e fodidamente dolorida. Literalmente. Ficaria surpresa se conseguisse andar quinze minutos sem gemer de dor. Chay estava deitado na cama feito um Cristo, braços e pernas abertos, completamente nu. O filho da puta precisava ser tão gostoso? Passei meu dedo de leve pelo seu abdômen até chegar à virilha, onde meu brinquedinho já dava sinais de vida.
– Se tocar em mim vai levar pau o resto do dia.
Eu ri e me apertei a ele, mordendo seu peito.
– Chay, preciso fazer o exame.
–Iremos. Daqui a pouco a gente toma um banho e vai.
Olhei pra ele e encontrei seu olhar cheio de amor e carinho.
–Você está bem?
– Só um pouco dolorida.
– Vou colocá-la na banheira e depois passo uma pomadinha ai. Tem que se recuperar que
hoje a noite tem mais.
Não tive tempo de responder. Ouvimos uma gritaria do lado de fora do quarto e em seguida um estrondo e coisas quebrando. Chay levantou-se rapidamente e vestiu o calção.
Eu vesti um roupão e corri atrás dele que já abria a porta. No corredor estavam Sophia, Bernardo, Micael, Robert...e Jim. Micael segurava Jim pela gola da camisa, apertando-o contra a parede.
–O que está havendo? Micael, solte-o.
–Soltá-lo? –Micael olhou para Chay. Estava furioso. –Esse vagabundo, além de tentar agarrar minha esposa... ainda mostrou sua cara.
Chay me olhou sem entender mais que eu.
– Como assim, Mica?
–Tudo fingimento dele, Chay. Está do lado do Augusto. Ele...ele entregou você. Deu o serviço completo.
As mãos de Chay fecharam-se. Eu sabia que Chay era intenso em todos os sentidos. Justo agora que ele desistiu da vingança, aparecia essa bomba. Se Micael estivesse certo, era melhor não entregar Jim nas mãos de Chay. Eu não queria um marido assassino.

Por Chay
Eu estava me odiando nesse momento. Ainda não acreditava que fui cair numa balela daquela.Jim estava jogando dos dois lados. Aliás, nem isso. Estava simplesmente nos enganando para dar informações ao Augusto. Merda. Justamente agora que eu resolvi deixar essa vingança de lado. Eu não queria viver aqueles momentos de terror como da outra vez. Ainda mais que havia a suspeita da gravidez de Mel. Só de pensar que a história poderia se repetir eu senti um arrepio pelo corpo.
Desde o dia anterior Jim estava trancado no quarto, sob vigilância. Micael acabou não
resistindo e dando umas boas porradas nele. Eu resolvi não intervir. Ele mereceu.

Deixei meu corpo cair para trás, na cama, as mãos na cabeça.Eu precisava de uma luz, uma só. Eu até poderia desistir dessa vingança, mas como viver sempre com a possibilidade de voltar a encontrar com Augusto?
Mel ficou tão apreensiva que mal dormiu a noite. Passou quase a maior parte do tempo virando na cama e gemendo palavras desconexas. Resolvi deixá-la ir com as outras mulheres para fazer o exame. Ao lado dela, eu só atrapalharia, tenho certeza.
– Chay?
Sentei-me na cama ao ouvir a voz do meu pai.
– Oi pai.
Sentou-se ao meu lado, olhando-me com um olhar preocupado.
– E então filho? Conseguiu tomar uma decisão?
– Está complicado. Eu prometi a Mel que não iria mais...
– Eu sei. E você sabe muito bem que nunca fui a favor dessa vingança. Mas veja bem,vocês não terão paz enquanto ele não for preso. Infelizmente acho que agora terão que ir até o final. Sei que é horrível, afinal deveriam curtir esse momento especial que é um filho na vida de vocês.
– É só nisso que penso. Eu não suportaria perder outro bebê, e pior ainda, ver a tristeza
de Mel. Ela já sofreu demais, precisa ter tranquilidade agora.
Sua mão repousou sobre minha coxa.
– É por isso que digo: pode contar comigo. Não interferirei, mas quero que tenha cuidado.
 Já vimos do que esse homem é capaz e assim como você não quer perder seu filho, eu também não quero perder o meu.
–Obrigado pai. Não farei nada sem pensar, fique sossegado.
– Eu estou indo trabalhar. Qualquer coisa me ligue.
– Estou em falta com você. Há tempos não apareço por lá.
Ele riu e bagunçou meus cabelos.
– Eu desconto no seu salário.
Eu já tinha o aval do meu pai. Precisava agora conversar com a Mel e dizer que quebraria a promessa que fiz a ela. Eu passei a noite em claro pensando no que poderia fazer e agora já tinha tudo esquematizado em minha mente.
Sai do quarto e fui à procura do Mica. Queria ouvir a opinião dele a respeito do que pensei. Encontrei-o em seu quarto, também deitado na cama olhando para o teto.
– Mica? Podemos conversar?
– Senta ai, cara. Estou aqui pensando naquele maldito.
– Pensei nisso a noite toda.
– E conseguiu ter alguma idéia?
– Sim. Bem simples, mas que quase sempre dá certo.
Micael sentou-se no mesmo instante, ouvindo tudo o que eu tinha a dizer. Só esperava que o Jim fosse convincente, mas pela forma descarada como nos enganou, eu tinha certeza que
convenceria o irmão.
– É isso mesmo, Chay. Não adianta ficarmos elaborando planos mirabolantes também não.
O negócio é prender logo esse cara e acabar com essa palhaçada. E o ordinário do Jim tem
que ir junto. Quando me lembro do que tentou fazer... Sophi não dormiu à noite, chorando o tempo todo.
– Deus me livre. Imagino como não deve ter sido horrível. Como se não bastasse ter convivido com esse monstro por tantos anos, ainda vem o irmão.
– Vamos lá falar com ele? Marcar esse encontro logo?
– Vamos lá.
Antes de irmos para o quarto onde Jim estava "preso", fui até a biblioteca e abri o cofre, pegando a arma que meu pai deixava ali. Não gostava disso, odiava armas, mas não tinha outro jeito.
Bernardo estava no quarto com Jim. Ficávamos nos revezando na vigilância, embora Jim ficasse com as mãos amarradas e às vezes, os pés também.
– Tudo bem por aqui, Bernar?
– Sim. Nosso hóspede está comportado.
– Espero que continue assim, pelo próprio bem dele.
Peguei o celular que havia confiscado e entreguei para o Mica.
– Segure o celular pra ele, Mica.
Depois olhei com cinismo para o homem acabado à minha frente.
– E você Jim, ligará para o seu irmão e dirá exatamente o que falarei agora, sem gaguejar,
 sem dar bandeira.
Peguei a arma e apontei para a cabeça dele, que arregalou os olhos.
– Ou eu acabo com sua raça agora mesmo. Vai...

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quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Capítulo 11 - Rendição


Por Mel
Eu estava certa do que queria fazer. Com raiva e ciúmes eu iria até meu avô. Diria que Chay me enganou, que era um canalha e que precisaria dele para arruinar com sua vida. Meu avô sempre caía numa mentira bem contada. E ai eu mostraria para Chay que ele não precisava de atriz pornô nenhuma para ajudá-lo. Ai que ódio.Estava realmente convictado que faria até resolver atender ao telefonema dele. Quando ele me ligou eu ainda não tinha conseguido voo. O próximo para Portugal só sairia às dez e meia da manhã. Mas Chay me desarmou. A voz dele era tão sofrida, desesperada e acima de tudo... apaixonada. Meu Deus, como eu amava aquele homem.
Dei pra trás, é claro. Alias, eu sempre voltava atrás em tudo quando o assunto era ele. Quase desmaiei nos braços dele assim que chegou ao aeroporto. Ai sim minha ficha caiu. Parecia que eu estava hipnotizada e finalmente sai do transe. O que eu estava pensando afinal? Estava louca, babando ou o que? Ir sozinha atrás daquele velho maluco e o pior, com a possibilidade de estar grávida!
Ainda bem que existia Chay em minha vida. Que me impedia de fazer mais besteiras que qualquer ser humano seria capaz. Era um homem completo e perfeito em todos os sentidos.
Sem contar que desistiu de vez da vingança. Isso quer dizer que viveríamos em paz, só nós dois e nosso bebê. Era bem mais do que eu podia desejar. Entretanto, sem querer, eu acabei acordando seu lado Dom novamente. Ele me prometeu castigo. E cumpriria... tanto que não fomos pra casa dos seus pais. Ele apenas ligou e disse que estávamos juntos.
Juntos...comigo amarrada numa cama redonda de motel. Estava de costas na cama, minhas mãos e pés separados e amarrados. Ou seja...eu estava completamente aberta pra ele. O pior de tudo é que Chay não estava nem ai pra mim. Sentado tranquilamente numa poltrona, ele tirou a camisa. Cachorro. Ele sabia o quanto eu adorava me esbaldar
naquele peito másculo e cheiroso.
– Chay.
– Calada.
Suspirei. Agora eu tive a certeza que morreria lentamente. De tesão. Vi que ele pegou o telefone e ligou para a recepção, mas ao mesmo tempo ligou o som, impedindo de ouvir o que dizia. Voltou e antes de se sentar, ele tirou a calça com a boxer. Eu salivei e instintivamente tentei erguer meu corpo. Joguei minha cabeça de volta no travesseiro
com um gemido de frustração.
– Olhe pra mim, Mel.
Sim, ele queria me matar. Seu olhar fechando, apenas uma fenda entreaberta. A mão grande e forte segurava seu pau maior ainda deliciosamente duro. Eu não resistia àquilo. Nunca resisti. Era covardia fazer isso. Chay se massageava, a mão subindo e descendo em movimentos circulares e o polegar passando levemente pela fenda brilhante pela pequena quantidade de liquido. Caramba, eu quase babei ao ver isso.
– Chaay...
– Cale.a.boca.
Ele suspirou e levantou parando a minha frente. Seu pau tão grande e grosso bem ali ao meu alcance. Ergui minha cabeça e no mesmo instante ele deu um passo atrás. Eu já conseguia sentir meu liquido escapando de dentro do meu corpo, molhando o lençol.
– Quando é que vai aprender a não me irritar, Mel?
– Já aprendi, Chay.
– Eu perguntei mas não pedi pra responder. Teimosa, ciumenta do caralho.
E continuou me olhando, masturbando-se à minha frente,enchendo-me de vontade.
– Minha vontade é de te bater tanto, Mel. Não só com minha mão como com meu pau também.
–Ah...
– Já mandei calar.
Chegou mais perto e segurou meus cabelos.

– É assim que quer ser calada não é?
Eu gemi de puro prazer ao sentir seu pau se enfiando em minha boca com uma única investida. Chay afastou os quadris e voltou a estocar, minha língua percorrendo a cabeça inchada que latejou em minha boca. Tentei forçar minha cabeça para que ele não parasse, mas foi inútil. Eu não conseguiria com as mãos presas. Ainda assim dei uma leve mordida, recebendo um forte tapa na coxa direita.
– Não mandei fazer isso. Você só se complica cada vez mais.
Ajoelhou-se na cama em frente a mim e espalmou suas mãos em meus seios, apertando-os com força. Eu gemi sentindo-me ainda mais encharcada.
– Apesar de teimosa e um pouco burrinha, você é fodidamente gostosa.
Contorci meu corpo sob ele, tentando de todas as formas um contato maior com seu corpo. Era impossível e já começava a sentir o suor escorrendo entre meus seios.
Seu corpo deslizou pelo meu e ele abocanhou meu seio enquanto suas mãos me apertavam e desciam até meu sexo. Dedilhou meu clitóris fazendo-me contorcer novamente sob ele. Ele sorriu, a boca ainda chupando e mordendo meus seios.
– Adoro essa bocetinha molhando minha mão. Claro que prefiro molhando meu pau, mas ainda assim...
Ele se afastou, retirando os dedos e levando um a um até sua boca.
– Porra... filho da puta.
Ele sabia. Ele tinha total consciência do efeito que causava em mim. E eu já sabia que poderia gozar sem ao menos ser tocada mais profundamente, e pior, sem ao menos tocá-lo. E tocar o corpo de Chay simplesmente me levava à loucura.
Ele riu novamente e desceu novamente seu corpo, mas dessa vez mordendo minha barriga, minhas coxas e finalmente meu clitóris. Eu gritei e pulei na cama, as algemas machucando meus pulsos com minha movimentação.
– Chay, por favor, não faça isso.
– Quando é que vai aprender, hein?
O tapa estalou em minha coxa fazendo meus sulcos escorrerem na língua de Chay. Ele riu, enterrando ainda mais a língua dentro de mim. Comecei a rebolar, mas contra a minha vontade. Uma parte de mim queria aquilo, necessitava gozar e apagar aquele fogo que irrompia em minhas veias. Mas outra parte negava...eu precisava daquilo, mas com Chay dentro de mim.
Um tremor percorreu meu corpo e Chay se afastou. No mesmo instante a campainha soou trazendo o que ele havia pedido. Ele sorria diabolicamente ao se levantar.
– O que você pediu?
Ele suspirou e me encarou.
–Vou ter que colocar uma mordaça?
– Coloque seu pau que é bem melhor.
Eu o desarmei. Ele adorava isso. Tanto que arfou e seu maxilar enrijeceu, típico de sua tensão sexual. Mas logo passou. Ele queria realmente me castigar.
– Colocarei. Tudo tem sua hora.
Foi até o compartimento onde colocavam os pedidos e voltou com uma caixa vermelha de papel e um balde de gelo com champanhe. Um arrepio...aquele que vem da cabeça até a ponta dos pés foi como um prenúncio do que ele faria.
– O que tem nessa caixa?
– Uma coisa... que vou adorar ver em você. Pelo menos o efeito que causará em você.
Trouxe o balde de gelo e deixou próximo a cabeceira da cama. Em seguida abriu a caixa e retirou alguma coisa, sorrindo sempre. Depois estendeu a mão em minha direção mostrando-me várias bolinhas coloridas. Eu arfei, arregalando os olhos e balançando freneticamente a cabeça.
–Não, Chay. As bolinhas não.
–Sim, Mel. As bolinhas sim.
Minha respiração começou a acelerar no momento em que ele veio caminhando em minha direção. Aquele sorriso gostoso, tentador...diabólico tirando meu juízo. Eu já arfava ruidosamente. Sentou-se em meio às minhas pernas, abrindo-as um pouco mais. Passou a língua nos lábios e mordeu em seguida.
–Você me mata desse jeito, Chay.
– Não é desse jeito que vou matar você,gostosa.
Segurou seu pau, que alias esteve o tempo todo ereto, e começou a se masturbar novamente, enquanto muito devagar ia colocando as bolinhas dentro de mim.
Eu gemia o tempo todo, mas tentava a todo custo ficar imóvel.
Eu sabia que se algumas delas estourassem, eu não aguentaria. Gozar sem ter pelo menos a mão dele em mim seria demais. Ele, obviamente, descobriu minha inútil tentativa. Ficou de joelhos e ainda segurando seu pau, roçou em meu clitóris. Fechei meus olhos com força. Meus dedos também se fecharam, buscando uma forma desesperada de resistir. Ele entretanto continuou circulando meu clitóris com seu pau, os olhos fixos em mim. Depois rebolou e começou a falar... e eu arfando cada vez mais.
– Não imagina a delicia que é ver essa bocetinha tão aberta pra mim, Mel. Está tão molhada, eu quase posso sentir você gozando pra mim.
– Não faça isso comigo, por favor.
– Ah faço...claro que faço. Você pinta e rabisca comigo, Mel.Você me deixa nervoso, não confia em mim, no meu amor.
– Eu confio, Chay.
– Mentirosa.
Ele segurou meus quadris, movimentando, como se estivesse dentro de mim.
– Pare.
– Não paro.
Ele continuou segurando meus quadris, mas dessa vez desceu seu corpo enterrando-se dentro de mim. Deu duas estocadas e senti o liquido escorrendo dentro de mim. Imediatamente ele se retirou e sentou-se novamente à minha frente, voltando a se massagear. Eu gemi, travando meus dentes e inclinando um pouco meu corpo para trás.
– Maldito filho da mãe.
– Gostosa, quero ver você gozar.
– Chay, venha. Não faça assim.
– Vai gozar sozinha bandida. Ia fugir de mim não é? Então não precisa do seu Dom pra nada.
– Amor, eu te amo.
– Eu também te amo, lindona. E amo ver você gozar.
Meu corpo já se contorcia na cama, meu sexo parecia em chamas e latejava sem parar. Eu tentava controlar as contrações,mesmo sabendo que isso era impossível.
Forcei pernas e braços, ergui e rebolei meus quadris buscando um alívio que não vinha nunca.
– Chay...
Era uma sensação quase absurda.Eu rebolando feito louca sem a merda de um pau dentro de mim e o fogo se alastrando pelo meu corpo, me fazendo suar.
Meu sexo se apertou tanto que tive certeza que Chay berraria de prazer se estivesse dentro de mim. Mas como não estava, girei de lado, o máximo que as algemas permitiam e apertei minhas pernas, tentando controlar a explosão que sacudiu meu corpo. Girei minha cabeça a tempo de ver Chay sorrir quando gritei seu nome.
– Isso, princesa. Goza pra mim.
Meu corpo aos poucos foi relaxando, mas a queimação persistia. Fechei meus olhos sentindo as lágrimas escorrendo. Não sei bem o porquê disso. Cansaço aliado a um sentimento de derrota.
– Está chorando?
– Não.
Chay ficou sobre mim de joelhos, meio corpo entre suas pernas. Segurou meu rosto, buscando alguma explicação para aquele rompante.
– É só porque odeio sentir isso sem seu corpo perto. Eu quero você.
– Eu também quero você. Mas se lembrará disso sempre que pensar em fazer alguma besteira.
Definitivamente, baixou o carrasco nele hoje. Ele que geralmente se comovia com minhas lágrimas simplesmente desceu e foi ate os pés da cama, tirando um dos meus pés.
Depois tirou uma das algemas das mãos. Mas isso só foi o tempo suficiente para me girar na cama, deitando-me de bruços. Quando percebi já era tarde. Tentei chutar e revirar-me
de novo, mas além de ser mais rápido, Chay era mais forte. Prendeu-me rapidamente e no instante seguinte desferiu uma palmada em meu traseiro. Ergui meu tronco soltando um grito de dor. Eu não estava esperando por isso.
–Toda vez que penso em você fugindo de mim...
Outro tapa, mas dessa vez minha reação foi ao contrário. Rebolei meus quadris sentindo meu sexo roçar nos lençóis macios.
– Me vem uma vontade de esfolar você, em todos os sentidos que possa imaginar.
Mais um tapa...e mais outro e eu me sentia acesa. Meu sexo ainda queimando e agora palpitando.
– Droga.Vem pra mim, Chay...
Senti seu corpo colado ao meu, seu pau pulsando em meu traseiro oferecido que se empinou automaticamente.Seus dentes se prenderam no lóbulo da minha orelha e depois sua
língua penetrou ali me fazendo gemer muito alto.
–Isso não.
Ele riu baixinho, sua respiração causando calafrios em minha pele.
– Está louca para sentir meu pau dentro dessa boceta molhada não está?
– Por favor... mestre.
Senti seu pau latejar violentamente e Chay me agarrou pelos cabelos.
– Nem venha com golpe baixo. Hoje não vai funcionar.
Saiu de cima de mim e pegou a garrafa de champanhe. Olhei para ele sobressaltada.
– Não está pensando em colocar isso dentro de mim, está?
O vagabundo ainda riu. Alto.
– Está tão louca por meu pau que está me dando ideias, Mel? Que coisa feia, uma moça tão linda e recatada. Quer ser fodida por uma garrafa de champanhe?
– Garanto que me daria mais prazer que você.
Consegui. Finalmente Chay avançou sobre mim e deitou-se, seu pau enfiando-se dentro de mim no mesmo instante. Ergui meu tronco mais uma vez, gritando alucinada.
– Ah isso, gostoso. É isso.
Segurou com força em minha cintura, mas da mesma forma rápida com que me penetrou, ele abandonou meu corpo. Esqueci-me das mãos presas e tentei segurá-lo, o que só fez
machucar meu pulso.
– Chay...
O tom da voz dele me fez girar novamente a cabeça e constatar,infeliz, que ele estava falando sério.
–Não imagina o meu desespero quando pensei que você teria partido, Mel. Nunca mais faça isso comigo.
Engoli seco e deixei minha cabeça cair sobre o travesseiro. Idiota, estúpida e irritante. Até quando eu agiria sem pensar? A  resposta foi imediata: nunca mais.
Nunca mais quereria ouvir esse sofrimento na voz de Chay. Era uma promessa.
–Ah...
Eu gemi ao sentir o liquido gelado escorrer pelas minhas costas. Girei a cabeça e vi Chay de pé sobre a cama. Como não percebi sua movimentação? Segurava a garrafa de champanhe e despejava tudo sobre meu corpo. Mas minha atenção estava voltado para aquele membro rijo apontado para mim. Daria minha vida agora para poder senti-lo.
Gemi novamente quando Chay se ajoelhou e foi descendo a boca pelo meu corpo, sorvendo todo o liquido que deslizava pela minha pele. Era uma sensação indescritível.
O calor da minha pele abrandado pelo gelo da bebida, mas novamente queimando pela boca de Chay que me chupava e mordia. Com as duas mãos ele abriu minhas nádegas e deslizou sua língua.
Eu gemi e me contorci, mas suas mãos me seguraram, enterrando sua boca ainda mais em meu traseiro, sugando o que restava do liquido que já havia encharcado o colchão.
Mas a boca desse homem simplesmente fazia maravilhas.
Escorregou mais seu corpo e sua língua passou ao meu sexo, brincando com meu clitóris e depois chupando como se fosse uma fruta madura. Eu apenas remexia meus quadris,
sem forças nem mesmo para gemer, meus braços doíam e meu sexo ardia consideravelmente. Quando Chay apertou meu clitóris já castigado e penetrou-me com a língua eu sentio fogo se alastrar ainda mais e meus músculos se apertaram. Mais uma vez eu gozaria sem ele.
Mas eu estava enganada. Porque Chay se afastou e saiu de perto da cama.
– O que...
Não. O que significava aquilo? Ele estava vestindo as roupas?
– Chay o que pensa que está fazendo?
– Está na hora de irmos.
Fechei meus olhos, derrotada. Chay veio ate mim e me desprendeu das algemas, jogando minhas roupas para mim. Então esse era meu castigo. Ficar ainda mais maluca detesão por ele e simplesmente não ganhar nada.
– Pegou pesado dessa vez.
– É pra você ir se acostumando a viver sem mim, já que quer tanto.
– Chay, não. Eu...
–Vamos, Melanie. Vista-se. Vou pedir a conta.
Eu não tinha o que dizer. Falar o que? Eu via a mágoa em seus olhos e o pior de tudo era saber que eu era a causadora daquilo tudo. O que era ficar sem sexo comparado a tudo o que eu o fiz passar?
**********************
Foi horrível. Como se não bastasse Chay ainda tive que enfrentar a família dele. Claro que não disseram nada, apenas me abraçaram e deram graças a Deus por Chay ter conseguido me impedir de fazer uma burrada. Ainda assim, sentia uma vergonha profunda dos meus atos. Tanto que conversei apenas um pouco e depois subi para o nosso quarto. Chay ficou conversando com o Mica.
Fui direto para o banho sentindo uma agonia tão grande que parecia que eu carregava uma cruz enorme nas costas. Deixei a água escorrer por minha pele por um longo tempo,lavando os resquícios do meu tesão e da bebida que Chay jogou em mim. Só esperava que ele me perdoasse depressa, não pelo sexo, mas pela falta que sentia do sorriso aberto dele, da voz, do cheiro dele em mim.
Depois do banho vesti apenas uma calcinha e uma camiseta e deitei-me enrolada no edredom. Era pouco mais de uma da tarde, mas eu não tinha fome ou sede. Queria apenas dormir e esquecer a tristeza naqueles olhos castanhos.
Comecei a cochilar, mas percebi quando ele entrou no quarto e também foi para o banho. Voltou pouco depois apenas com um calção e deitou-se ao meu lado. Não disse nada,sequer se moveu. Mas eu não me segurei. Virei-me de frente pra ele e assustei-me ao ver que seu olhar estava fixo em mim.
– Pensei que dormiria.
– Só queria ficar ao seu lado.
Engoli seco, mas uma lágrima deslizou pelo meu rosto.
– Eu juro, por tudo o que você quiser... nunca mais farei isso.
– Eu sei que não. Estou vendo o arrependimento em seus olhos.
– Estou mesmo e morrendo de vergonha.
– E morrendo de tesão...
Suas mãos subiram lentamente até meus quadris, parando no elástico da calcinha.
– Chay, não faça isso comigo. Não comece o que não quer terminar.
– Quem disse que não quero? Não só quero como terminarei. Não sabe o esforço que fiz para não comer você do jeito que queria.
Eu arfei e em seguida gritei de dor quando ele arrancou minha calcinha. Feito uma leoa eu girei empurrando seu corpo contra a cama e ficando sobre ele.
Minhas mãos trabalharam rapidamente descendo seu calção. Meu tronco caiu sobre seu peito. Merda...eu já respirava com dificuldade.
– Mel...
Ele me chamou e ergui minha cabeça.
– Eu amo você. Chega de ciúmes, por favor. Sei que errei, mas você foi longe demais.
– Perdão.
– Eu perdoo, se vier me amar.
Logicamente, eu fui. E foi intenso. Arrebatador, alucinante e perfeito como sempre. Tremendo, deitei-me sobre ele novamente.
– Meu Dom...
– Você sim é minha dona.
– Nunca serei, pelo menos não dessa forma.
– Quer ver?
Ergui minha cabeça a tempo de ver Chay erguer as mãos até a cabeceira da cama. Deus do céu... ele estava se rendendo? Eu poderia...algemá-lo?
–Sou seu.
Ergui-me no mesmo instante, o coração batendo a mil. Eu fazia besteiras e ganhava o presente. Quem era dono de quem? Difícil responder. Poderia dizer simplesmente que era amor demais.

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